Só-ciedade

Eu não vou viver esse luto que a sociedade moderna está me exigindo.

A sociedade moderna... que ainda vive a ressaca de 200 anos atrás. Até quando?
Eu não vou fazer parte disso e não vou derramar minhas lágrimas em público só porque sacia os olhares alheios.
Adivinha só: a vida é minha, a conta é minha. Eu faço disso o que eu quiser.
Para eles tudo foi bem mais banal e simples: fui esposa durante esse tempo porque era o meu papel. O que agüentei, passei e aturei também faz parte do roteiro que foi escrito para mim. Escrito há 200 anos.
Então a sociedade tão moderna acha que agora devo me cobrir em preto e depois me trancar em uma torre bem alta. Porque eu sou princesa, aproveitando o termo que já ouvi para me rotular. Princesa.
Só que, além de tudo, a princesa da sociedade moderna não espera o príncipe gentil a cavalo. Esse não é mais príncipe. O príncipe moderno tem que vir de Ipanema, em um Citroën e só. O resto é plebe.
Olha, eu deixo essa história para você, ok?
Porque ninguém vai me ver chorando pelos cantos. Esse choro é só meu. E se eu agrido por estar bem, dançando e caindo, me esquece.
E procura o que realmente te satisfaça. Quem sabe não é a mesma liberdade da qual eu estou falando? Posso te jurar que é melhor do que essa falsa castidade, apoiada em firmes padrões, que te deixa só até hoje.

Experimenta.