Eu fico com
ele na cabeça, quando ele não está nos meus olhos. E fico pensando que por
muito pouco não perdi a oportunidade de esbarrar com essa história, na calçada
suja de Botafogo, melhor amigo da minha melhor amiga: oi, prazer, tudo bem?
Porque a
vida acontece como um colar de miçangas, só que ao invés de pedrinhas
brilhantes, são segundos que compõem os coloridos. Cada segundo conta, e, todos
juntos, formam o minuto exato que cruzei meus olhos nos olhos dele, antes de
atravessar a rua. Formam as horas em que embromamos deitados na cama dele, eu
não me permitindo ficar – ele não me permitindo sair. E por muito pouco, eu
quase perco esses segundos que fazem parte de novos colares e novas pulseiras,
que combinam com o relógio Casio azul celeste que ele me deu.
E aí eu
gosto do jeito dele, que é tão dele, que vira meu, em frases que me aproprio –
gostei de você. Depois ele copia as minhas caretas e barulhos: shhh shhh shhh –
e parece gostar do meu desajeito. E meio que desse jeito, vamos montando o
nosso próprio jeito; que tem torta de banana, coca-cola frita, encontros e
despedidas.
Eu fico
pensando que por pouco eu perdia essas miçangas de minutos que agora constroem as
horas dos meus dias, os dias das minhas semanas, que misturam cheiros de
protetor solar com cream cracker e gostos de bife com café. Até onde der.
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