Eu fui o
barco, o mar e o cais. Fui mais.
Bem mais do
que poderia ser, fui a areia do castelo, o esmero, a beira d’água, o nó que atava
O barco ao
porto. Eu fui o fundo do poço, o gosto do sal, o recosto no sol, eu fui tão só.
Tão nós, aconteci
por nós e desaconteci quando não pude mais ser tão cais.
E onda, e sombra,
e vento, o sentimento, a insistência, e a carência, tudo junto
Tudo só
meu, tão meu que não coube em mim, mas não dividi, você era marinheiro
Capitão, o
remo não era seu, o sonho era meu, o castelo que se ergueu dos grãos que eram
eu
Até que não
deu e sinalizei, a onda bateu e não pude ser bote, nem salva, nem vida
Desbotei
minha praia sem saída, exausta, decidida, com o pé na realidade da cidade
Fora da
nossa, fora da minha história onde você era marinheiro
Capitão,
que assistiu a paisagem aguar e só me deixou três palavras no ar
Que ecoam
onde não tem mais vento, nem barco, nem mundo
Palavras
que confirmam meu exagero, você me escreveu
‘Obrigado
por tudo’.
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