quinta-feira, 31 de julho de 2014

A mensagem na sua barba

Eu nem sei se eu gosto de você, mas eu gosto da mensagem que você me trouxe embolada na sua barba.
Porque você se apresentou e me desamarrou e pegou meu telefone e se interessou.
Bem na hora em que eu achava que isso seria praticamente impossível.
Eu achava que ficaria pelos cantos, juntando qualquer pedaço de assunto sem interesse para me distrair.
Porque eu achava que todos os caras legais já estariam devidamente acompanhados. E eu tinha sobrado.
Aí você me mandou uma mensagem logo na segunda-feira. Eu achei incrível.
Marquei, furei, remarquei, furei de novo e você insistiu – saímos no domingo.
A sua insistência foi uma das linhas da mensagem que você me trouxe, embolada na sua barba.
Porque há tempos eu não me sentia insistida e, de repente, lembrei como era bom.
Depois de domingo, eu tinha certeza que já havia cagado tudo até que você apareceu na quarta-feira de novo.
Porque eu até consigo ser uma menina descolada quando estou preenchida com cerveja.
Mas entrar no carro, dar um beijinho e conversar aleatoriedades bebericando um drinque importado é ainda muito difícil.
E eu sou desajeitada, espontânea demais e esporrenta.
Seus olhos azuis, que você classifica como azul-esverdeado, me assistiam com atenção.
E aí vem mais um verso da sua mensagem: eu sou assistida.
Você apareceu me mostrando que meu jeito sem-jeito havia sido aprovado.
E saímos as sexta seguinte.
E eu fui novamente do único jeito que eu sei ser – agora, depois de ser de tantos outros jeitos, eu só consigo ser do meu.
Eu vou falar aqui, baixinho, que acordei no sábado com o coração acelerado.
Desconfiada das últimas palavras da mensagem que você me trouxe embolada na sua barba.
Que me diziam que eu posso acordar com o coração acelerado por causa de alguém.
De alguém incrível, que se coloca disponível, e me insiste, e me assiste e me aprova.

E me deixa esperando ansiosa pelas próximas.

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