quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O último sim

Aí ele me olhou com aqueles olhos apertadinhos e disparou “quer namorar comigo?”.

Os olhos apertadinhos dele contrastam com um sorriso enorme.
Eu parei no meio da calçada e o olhei com estranheza. Mas na verdade, não era estranheza porque aquela já era a décima primeira vez que ele me pedia em namoro.

Era sempre assim. Até aquele dia, naquela calçada, com meu olhar de falsa estranheza.
Você vai me pedir em namoro agora? No meio da rua, do nada?
É assim que tem que ser, ele me respondeu. É surpresa, espontâneo, com vontade.
Eu respondi: sim – assim como todas as outras dez vezes que ele havia pedido.
O meu primeiro sim para ele foi o maior sim do mundo, então é claro que ele valeria até dez vezes depois.

Eu disse sim e a gente se beijou, como em todos os outros pedidos.
Esse era o símbolo que finalizava uma temporada e iniciava outra. A gente sempre se beijava, se admirava, se declarava.
E assim foi naquela calçada de fim de dia: nos beijamos, nos admiramos, nos declaramos.
Com mais um “sim” na conta, partimos para a Urca, onde cada um tinha um compromisso (os compromissos sempre levavam mais tempo para se tornarem um só).
No fim da noite, nos encontramos, dormimos e acordamos.

Tudo igual, mas diferente.
Uma diferença que ainda não entendíamos bem e que só se desvendaria agora, um ano depois.
E a diferença era que o décimo primeiro sim seria o último.
A última pergunta, o último recomeço, a última reconciliação.

Porque desde então, nunca mais houve não.

27 comentários:

Mariah disse...

Que bom que voltou a escrever!!
Bjos

Line disse...

O surreal é que um dia antes de voce escrever esse texto eu tava contando pra sua irmã (na sua casa antes de você chegar, semana passada) como foi o meu pedido de namoro na calçada, no meio da rua.
Lembro que quando te contei você me disse que o seu tinha sido igual.
Último sim.

naluz oliveira disse...

que bonito

Anônimo disse...

PWNED!

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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