Eu te falei. Ao vivo, por olhar, em uma carta.
Mandei um avião cruzar o céu com uma faixa e deixei um bilhete no seu pára-brisa.
Pichei o muro em frente à sua casa, panfletei pelo seu bairro na esperança de você ler.
Eu gritei e chorei tão alternadamente que um virou o outro.
Compus um poema e cantei na sua janela.
Mandei e-mail, mandei telegrama, mandei você me ouvir.
E nada...
Aí eu tentei mímicas e gestos que você com certeza entenderia.
Mas você não entendeu ou não quis entender – o que para mim é a mesma coisa.
Eu estampei minha camiseta, tatuei um braço, encontrei versos de outras pessoas para cantar nos seus ouvidos.
Publiquei dezenas de textos, derramei centenas de lágrimas.
Respirei, recomecei, esperei. E esperei um pouco mais.
Gravei uma mensagem na sua secretária eletrônica e mandei lembranças por amigos.
Bordei uma almofada, pintei uma tela, escrevi nas suas costas com uma caneta imaginária.
E nada de novo...
Eu queria que você entendesse: não vai.
Mas você vai amanhã.
Não deu chance para o agora e preferiu depois.
Será que você sabia que o depois só existe quando vira agora?
Não importa.
Eu encerro aqui as minhas tentativas.
E minhas palavras para você.
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