Talvez com 26...

- Com 25 anos eu vou saber o que quero da vida.

Não vai! Você não soube até hoje e, muito provavelmente, não saberá tão cedo. A dúvida entre acordar cedo todo dia para entrar em um escritório e só sair 9 horas depois e ir vender sanduíche natural nas praias da costa brasileira ainda vai te consumir.

Com 25 anos você também não estará fazendo planos de casar, ter filhos ou montar um apartamento. Não terá aprendido todas as línguas que planeja e, talvez, também não estará no emprego dos seus sonhos, com o salário que julga merecer.

Os balangandãs que você usará para se enfeitar ainda serão para decorar as mesmas boates, os mesmos bares, as mesmas calçadas de 10 anos atrás. Fora um cabelo branco, uma ruga ou um cansaço mais frequente, o resto será o mesmo: bebedeiras de esquecer o que se fez, beijos em gente que nunca se imaginou, empolgação que uma noite só e o habitual e histérico grito na hora que tocar sua música preferida. Tudo igual, com uma ressaca moral um pouco mais pesada, talvez.
Com 25 anos não estará se sentindo mais segura, mais madura e as modelos na televisão ainda te farão passar dias comendo alface e gelo.
Não estará mais serena, falando menos de homens com amigas, comentando pouco sobre sexo levianamente, não saindo de carro quando beber a noite toda, falando menos palavrões e gírias infantis.
Com raríssimas exceções, estará tudo igual: as músicas preferidas, as fotografias adolescênticas de viagens inesquecíveis, as vontades de sabe-se lá o que.
25 anos e ainda não conseguirá controlar sua própria conta de celular, sua irresponsabilidade com atrasos, sua inconstância em relacionamentos.
E quando muda?
Não sei. Também estou esperando.