aquários

Vruuuuuuuummm.
Esse é o barulho que o meu quarto faz agora. Todos os dias, antes de dormir, encaro uma difícil dúvida entre não ter uma boa noite de sono ou colocar em risco a vida de oito serezinhos. Sempre opto pela boa noite de sono e desligo a bomba do aquário.
Estou ainda desenvolvendo o meu amor por esses peixes. Confesso que estou no estágio de “eles são uma graça, mas por que fui inventar de ter um aquário?”. Acredito que depois minha implicância vá passar. Antes disso, irá aumentar. Principalmente no dia de limpar o tal aquário. Eu mal limpo o aquário cor-de-rosa onde eu vivo. Tirar merda de peixe do fundo de pedrinhas não será agradável.

Mas depois acho que o tal amor terno vai acabar surgindo. Depois que eu me acostumar com essa idéia de jerico que eu inventei, como se já não houvesse obrigações suficientes no meu dia-a-dia. Depois eu acho que vou conseguir iniciar uma relação de carinho com aqueles peixinhos que nem sabem que eu existo. E aí, talvez, na hora de dormir me bata algum remorso em tirar o oxigênio deles para garantir o meu conforto durante a noite. Por enquanto, penso na possibilidade de uma chacina de peixes. Imagino como deve ser morrer sem ar. Fico até com dor no coração. Mas o vruuuummm ainda é maior e eu desligo a bomba da tomada.