sexta-feira, 1 de junho de 2012

pensamento de café-da-manhã

Ela está indo conquistar o mundo.


Na verdade, ela já conquistou, mas ainda não sabe.
Porque ela não sabe o poder de conquista que tem. E então, volta e meia, insiste em recorrer a bicos e lágrimas, se achando pequena e frágil.
Aí ela vai para fora do país e, de repente, lá descubra que o seu forte não é esse.
Vai descobrir que seu forte é ser forte.
Porque poucos têm histórias de infância repletas de avós, e comidinhas, e bichos, e árvores, e cheiros. Quando ela me conta, eu sempre imagino aquele chão de areia em um cenário amarelado. E poucos têm um início de vida tão despretensioso, que chegam a vitórias tão grandes: uma cidade grande, uma vida de gente grande e sonhos ainda mais do que grandes.
É claro que ela não dimensiona isto dessa forma. Porque senão seria simples, e simples, é algo de que ela não gosta.
Então ela veio se complicar aqui no Rio de Janeiro. E como se complicou! Encontrou um drama para cada dia e vai deixar saudades aos que ouviam tanta besteira umedecida em lágrimas tão sinceras. Aliás, aqui, encontrou foram prantos. E também encontros, e ombros, e estrondos. Veio por um amor, mas encontrou vários.
E na força dos seus braços (tão desconhecida por ela própria), o Rio de Janeiro ficou pequeno. Ela precisou de saltos maiores.
Eu sempre desconfiei de alguém assim, tão desbravadora, ter vindo mesmo daquele chão de areia com céu amarelo. Ter vindo de lá, de onde ficou a família, os amigos, a porca de estimação, os vizinhos conhecidos. Ter vindo de um universo tão pequeno com essa vontade de ver coisas maiores. Os olhos grandes e atentos já davam a dica. Ela veio para ver mais. E mais, e mais, e mais...
A gente que fica vai ficar com saudades.
Mas vai ficar na parte de uma enorme torcida que acompanha cada conquista.
Cada novo mundo.
E eu, que não sou muito de pranto ou santo, seguro um nó na garganta.
E desejo baixinho: vai com tudo! Vai com deus!

Boa viagem.

Nenhum comentário: