quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Solitária

Eu estou confusa há tanto tempo que começo a desconfiar de que talvez eu não esteja. Talvez eu seja confusa.

Algumas pessoas chamam isso de imaturidade, outras de idade. Eu chamo isso de a melhor maneira que encontrei para viver até hoje.
Porque eu gosto de ser assim. Dia e noite, frio e quente, não e sim. Tudoaomesmotempo.
E quando essa tempestade interna aumenta, minha cama é muito pouco para tudo o que eu preciso derramar. Logo a minha cama que, geralmente, é o melhor e maior universo para explorar.
Ali, fecho os olhos e percorro tantas escolhas que já fiz. Passo como maratonista pelas pessoas que deixei para trás. E lembro, com dificuldade, a última vez que vi cada uma delas. Imagino todas juntas, me dando um adeus em câmera lenta.

Salto pelas portas que não entrei e que até hoje ficaram em minha cabeça: e se eu tivesse entrado? E nessa jornada, quase não encontro janelas de onde não saltei.

Entro no meu próprio passado como uma desconhecida e me impressionam as cenas daquela história, que é a minha. E me impressiona também este lugar em que estou agora e essa pessoa que às vezes eu sou. Ou estou, sei lá.

Pouca gente entenderia. Então eu acho que também não posso cobrar que um ou outro me entenda. Ou posso? Porque essa falta de entendimento, às vezes, é tão solitária...

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