quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz outro novo ano

Quando eu saio do banho é a hora que eu mais percebo.
Percebo pela nova dificuldade em me alongar até a toalha sem tirar os pés do chuveiro para não molhar o chão.
Pior: percebo quando tenho que secar além de cabeça, tronco e membros, o espaço que fica entre minhas coxas e minha bunda. Antes, ali não se acumulava água alguma. Agora, com a força irrevogável da gravidade, a bunda caiu e criou um reservatório de água (ou areia, ou suor).
Fico tentando encontrar qual o dia em que a bunda caiu. Um dia ela estava lá, em pé. Do nada caiu e não lembro quando.

É a chegada do novo ano que faz isso. Me faz rever minha vida, como quem relê cuidadosamente um texto antes de publicá-lo. Será que tudo isso faz sentido? O que há nas entrelinhas? Ah... as entrelinhas!
Ali tem escondida toda a poeira que eu varro diariamente do meu corpo. A poeira e a água que se acumula da bunda caída, não posso esquecer!
Nas entrelinhas tem a vontade de mandar tudo para o caralho. Isso: pa-ra o ca-ra-lho.
As entrelinhas e suas poeiras são uma delícia. Ruim, só a água que implica e insiste em ficar ali depois do banho.
É a idade...
Na verdade, é a falta de academia, alimentação regulada, disciplina, uma porrada de coisa. Mas é a idade também.
E no ano que vem, mais um ano.
E mais águas que passarão a se acumular em cada vez mais diferentes lugares: na barriga, no pescoço – socorro!
Chega de pensar nisso. Feliz ano novo, dinheiro no bolso e, em alguns casos, lifts no rosto.

Um comentário:

Eli Machado disse...

vc tem um pensamento que sobressai de mtos outros... tem um meio de expressar-se que encanta.
estarei seguindo vc, se nao importar-se é claro!
bjux