Então, a TV anuncia: o inverno chegou.
O alvoroço da notícia é sempre o mesmo, não importa o assunto.
Zilhões de manchetes sobre a gripe suína. Depois sobre vacina. E sobre crise, greve, reprise, voo 447.
Enfim, falam muito, de tudo, do inferno.
E agora... agora parece que é a vez do inverno.
Letrinhas muito pretas estampam páginas e páginas: o inverno mais frio dos últimos anos.
Tenho que assumir que a quantidade de notícias ao longo dos meses me confunde.
A Antártida derrete, a Terra se aquece e o Rio, pelo visto, se enrijece.
Não entendo, mas deve haver alguma explicação para o Aquecimento Global trazer esse frio glacial.
Se bobear, são correntes marítimas, centrípetas, de outra intensidade, sei lá! Deve ser pura publicidade...
Na falta de maiores explicações, os bobos, esses que vão atrás de dizeres de jornal, se apavoram.
Alguns outros, outros que temem os poucos graus, apenas oram.
Enquanto isso, menininhas da moda colocam cachecóis e meias para fora. Combinam lã, blusas e luvas, vestem calças, alças, gola rolê, num sei mais o que.
Tudo para fugir do frio.
Mas eu... eu nem ligo...
Porque para mim, vai ser diferente. Bem mais quente, o inverno vai ser embaixo de um cobertor, lá em Copacabana. Dentro de um casaco-delícia, que tem outros dois braços, e mãos que me abraçam. E a gente dorme e eu acordo e eu adoro.
As baixas temperaturas vão ficar lá fora. Lá nas páginas dos jornais sem assunto, pro resto do mundo.
Para mim, não vai ter frio. Vai ter calafrio, arrepio, tudo isso, bem quentinho.
Até a primavera.
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