Nem um centavo

As pessoas são fúteis.

E cruéis e vazias mas, sobretudo, fúteis.

Gozam com os erros alheios para tentarem acreditar que elas não, elas não erram. Aumentam os defeitos dos outros para parecerem mais perfeitas, mais direitas.

Fazem imundices e cretinices e estampam rostos limpos e felizes para disfarçar.
E corpos que não valem nem um centavo se cobrem em roupas caras, em gestos falsos e palavras da moda, só para parecerem valer mais.

No fundo, bem no fundo, ficam os orgulhos. Sentimentos baratos, mais baratos do que a futilidade do artificial que fica na superfície.

E julgam, cobram, negam, cegam.
Tentam crescer em cima de mentiras, sujeiras, pobreza.
Não percebem que estes pés são frágeis e as deixam ainda menores do que já são.

São pouco gente.
Tenho tanta pena.
E bato no peito, tranqüila.
Eu não faço parte desta parte.