Eu virei o último ano abraçada em um par de braços, que vestia uma camisa social branca, dobrada pela altura do cotovelo, em volta do meu pescoço. Eu estourei champagne, eu vi os fogos de artifício, - eu também te amo.
Eu virei o último ano achando que ia casar, apesar de ter uma estranha e dolorosa certeza de que não ia.
Eu entrei na metade do ano a cento e vinte quilômetros por hora, me jogando em histórias que não imaginava viver de novo. Agora eu danço, eu corro, eu calo, eu desejo, - te dou um beijo.
Eu entrei na metade do ano achando que ia encontrar, apesar de ter uma difícil e dolorosa incerteza se, de fato, ia.
Eu imagino que vou terminar o ano em uma situação bem diferente da de hoje. Sem esses laços do passado, em outros braços, num vestido branco e novo, com os cabelos compridos, - fica comigo.
Eu imagino que vou terminar o ano melhor, mais completa, apesar de ter um inescapável e doloroso medo de chegar lá, em dezembro, igualzinha, igualzinha.
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