Briga-deiro

Um prato de brigadeiro me pegou hoje. Inteirinho, não escapou nem uma colherada. Agora eu tô com a consciência pesada para cacete. A consciência e a barriga. Tô passando muito mal, mas é bem-feito.
O estômago, aliás, é aquele cara que não perdoa. Pisou na bola, ele desce o sarrafo e te faz pagar impiedosamente. Bebeu demais, fez jejum, comeu um prato de brigadeiro? Pode esperar pelo seu estômago. E o meu está bem aqui, me castigando há horas.
Arrotar alivia. É claro que arroto é coisa de garotos e eu, no cúmulo da minha feminilidade enjoada, solto apenas um soprinho. Mas que alivia pacas. Porque a boca é o contrário do estômago. Parece que ela tem o poder de aliviar tudo. Você sai falando, arrotando, espirrando, e tudo fica mais leve. Santa boca! Remédio para as estomaguices implicantes que a gente tem...
Mas o fato é que o brigadeiro me pegou hoje. Quando faz frio eu já fico atenta, porque sei que tem chocolate a caminho, na tentativa de acabar com a minha dieta. Desse brigadeiro, eu tenho fugido desde segunda-feira, mas hoje ele me pegou. E agora, sou eu e o meu estômago, em uma discussão que recebe pequenas intromissões da minha consciência e leves aliviadas da minha boca.
Que enjôo... Antes eu tivesse corrido mais rápido do que o brigadeiro.