O problema é que não tenho onde guardar.
Esse infinito gelado só cabe dentro de mim.
Queria tirar e colocar numa gaveta, trancar, abafar e esquecer até tudo morrer. Mas não há gaveta no mundo que dê.
Então tomo pinga, tombo Skol, entorno rum, tudo num só para ver se curo, mas fico mais no escuro. E eu tenho medo do escuro sem ele.
Se todas as cores que não voltam mais se apagassem da minha cabeça... Mas minha mente é tão sacana, que mente, me engana, me esqueço por meio segundo, e depois transborda tudo do fundo, pelo olho que não agüenta mais transbordar.
Eu acredito no tempo e espero ele passar para carregar esse frio. Mas chove demais e, quando chove, o tempo não passa. É noite desde três da tarde e assim vai ficar até que sare.
Estou lotada da nossa ausência, não tem deus que dê crença, ou cobertor que me aqueça, na minha cabeça... mais uma vez, as cores que não voltam mais.
Resta tentar me acostumar com isso tudo o que sobrou aqui, no meio de fotografias empoeiradas, risadas, trepadas e cheiros perdidos. Imagens de um filme antigo que tinha braços para cima esperando o abraço, que não tinha espaço, de tanto amasso. Na velocidade que a gente tinha, sem freio, sem medo, sem buzina.
E agora? O que eu faço com tudo isso que não sai de mim e me sufoca aos poucos?
Eu sou tão pouco.
Tampouco sou.
Um comentário:
O tempo cura tudo....e uma coisa é certa nada é para sempre...tudo pode mudar de uma hora para outa...fica bem! Bjos
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