Toca dentro de mim um violão baixinho.
Baixinho e lento, como bossa-nova, com poucas notas, todas doces e tristes.
A canção dura o dia todo, todos os dias. E não tem palavras, esta composição. Só violão. Que toca e me deixa aguada por dentro.
O ritmo vai... o ritmo vem. Na medida em que os sentimentos se secam e se evaporam de mim. Mas não totalmente.
Porque eu sou parte da partitura. Partida de saudade. Eu enlouqueço de vontade. Quero versos nos acordes, letra e estrofe, verso, samba, roque. Mas não sei o que dizer.
E o violão não dá descanso. À noite, não cala, não vira guitarra. Continua embalando meus medos, com dedos que não são meus, com tons que eu não conheço, com sons de silêncio, num tempo que não passa. Cada minuto, uma clausura, outra clave de sol, fá-mi-re-dó.
Ao meu redor... Só vazio. Sem estio. Sem trégua. Eu te amo.
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