Tenho acordado esquisita nesses últimos dias. Tenho ido dormir esquisita também. Na verdade, aparentemente está tudo normal. Chego em casa, janto, sirvo o jantar também para os meus peixes, vejo TV, perco a paciência, vou para o banho e cama. Aí, deitada, começo as esquisitices. Não durmo. Por algum motivo fico ancorando de pensamento em pensamento e esqueço que estou cansadíssima e que amanhã ainda é terça. Ou quarta, ou quinta, enfim. Pouco durmo e acordo esquisita. O atraso pela manhã não é esquisito. Como falei, aparentemente, tudo está normal. Perco a hora, levanto correndo e vou de olhos fechados até o banheiro, onde a luz forte me obriga a manter minhas pálpebras abaixadas até a hora de voltar ao meu quarto. Faço tudo no tato, tão grande é minha preguiça. Vestida, carregando bolsa, sapatos, caderno, chaves, apostila de Português, celular e escova de cabelo na mão, me dirijo à cozinha, rosno para a empregada, que gentilmente me ignora, e me obrigo a comer alguma coisa enquanto termino de me aprontar. Tudo absolutamente normal, como de costume. Mas não está. Tem alguma coisa esquisita.
De repente seja o Frio.
A gente usa mais roupas no inverno e, muitas vezes, perde o contato com nosso interior. Por isso devem ser os altos índices de suicídios na Holanda - faz sentido, pode ser... Ok, não é o inverno e eu não estou louca: eu sei que ainda é março. Mesmo que fosse junho, esse frio mixuruca do Rio de Janeiro não causaria alteração em ninguém: todo o ano as praias continuam cheias, o sol também ignora a estação e continua a brilhar, nada muda, não seria eu que mudaria.
De repente seja o Frio.
A gente usa mais roupas no inverno e, muitas vezes, perde o contato com nosso interior. Por isso devem ser os altos índices de suicídios na Holanda - faz sentido, pode ser... Ok, não é o inverno e eu não estou louca: eu sei que ainda é março. Mesmo que fosse junho, esse frio mixuruca do Rio de Janeiro não causaria alteração em ninguém: todo o ano as praias continuam cheias, o sol também ignora a estação e continua a brilhar, nada muda, não seria eu que mudaria.
(Vou me limitar a falar apenas desse frio. Dos outros, estou com preguiça agora.)
Beleza. Talvez seja então o livro que estou lendo. Uma história meio café-com-leite, sabe? Um cara se apaixona por uma mulher casada, que se apaixona por ele também, mas não consegue abandonar o marido e blá-blá-blá. Livro bom de ler, com essa linguagem modernista super moderna, eu até que gosto, de certa forma me comove. É. Tudo bem. Não é o livro também.
Pode ser o álcool. O álcool das cervejas, o cheiro do álcool que tem minha mesa de trabalho, o álcool do motor flex, o álcool puro. Alias, por que álcool não se escreve álcol? Não gosto desses dois ós assim. A única palavra que eu gosto com dois ós é “toodo” que, veja bem, é completamente diferente de “todo”. Toodo é muito mais completo, transbordantemente completo. Mas de que eu estava falando mesmo? Ah, sim. Da esquisitice. Não é por causa do álcool.
Beleza. Talvez seja então o livro que estou lendo. Uma história meio café-com-leite, sabe? Um cara se apaixona por uma mulher casada, que se apaixona por ele também, mas não consegue abandonar o marido e blá-blá-blá. Livro bom de ler, com essa linguagem modernista super moderna, eu até que gosto, de certa forma me comove. É. Tudo bem. Não é o livro também.
Pode ser o álcool. O álcool das cervejas, o cheiro do álcool que tem minha mesa de trabalho, o álcool do motor flex, o álcool puro. Alias, por que álcool não se escreve álcol? Não gosto desses dois ós assim. A única palavra que eu gosto com dois ós é “toodo” que, veja bem, é completamente diferente de “todo”. Toodo é muito mais completo, transbordantemente completo. Mas de que eu estava falando mesmo? Ah, sim. Da esquisitice. Não é por causa do álcool.
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