quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mondrian e a arte da embromação

Preciso escrever sobre Mondrian. Seis laudas diagramadas e sem figuras para amanhã.
Fiz toda a preparação necessária: decidi faltar a academia, almocei depressa e roubei alguns minutos do trabalho em uma rápida pesquisa. Para minha própria concentração, me permiti comer duas barras de chocolate e jogar três partidas de Paciência no computador antes de começar. Devido às três derrotas consecutivas no joguinho virtual, fiquei com pena de mim mesma e estendi minhas chances a seis partidas do tal Paciência, continuando sem vitória alguma.
Diz que o Mondrian ajudou na revolução da arte realista para a arte abstrata e deve ter sido por isso que resolvi falar sobre ele. Gosto dessa história da não-obviedade da forma. Aliás, mentira! Tenho que assumir que escolhi o pintor porque assistia The O.C. e olhei para uma mesa bonita da minha sala, onde se apoiava um lindo e enorme livro com o título que parecia até piscar para mim: Mon-dri-an. O homem então se transformou imediatamente no meu pintor preferido. – Meu e das minhas seis laudas, que agora teriam conteúdo suficiente! Arrastei o livrão para o quarto do computador, montei um horário de estudo, me organizei, me premiei e parei por aí.
Já dei uma lida, tô até sabendo que o cara era fã de amarelo, azul e vermelho e que o quadro empoeirado nos fundos do meu apartamento é um dos seus, mas não consigo escrever! Começo pensando nos seus variados estilos, na irregularidade das suas pinceladas e, quando dou por mim, já estou lá no banheiro fazendo minhas sobrancelhas com uma pinça cega. Olho o espelho, vejo meus pêlos sobre os olhos tortos e desiguais e numa profunda lamentação, lembro: o Mondrian, caralho!
Volto ao computador. Entro no Orkut, Facebook, Blog, Fotolog, Globo.com, vai começar Saia Justa na televisão! An? Tá legal... Mondrian.
Queria saber se jornalista precisa ser assim. Vai, escreve aí sobre a Fada Sininho e suas possíveis influências na pseudo-extensão da infância nos dias de hoje. Bora! Seis laudas para amanhã! Não, né? Deve ser por isso que o professor deu 43 dias de antecedência para o trabalho. E 43 dias passam voando, menina! Quando vi, já era hoje. Impressionante...
Já sei! Vou dar uma dormida. Descansar o cérebro, arejar os pensamentos. Depois assisto um pouquinho de televisão para despertar a criatividade, faço um brigadeiro para me esquentar do frio e aí começo a trabalhar!
Mondrian, agüenta firme que eu já volto.

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